Evapotranspiração e Evaporação – Conceitos Básicos
Diversas definições para evapotranspiração podem ser encontradas em livros e artigos.
A palavra remete a dois principais fenômenos:
(i) a evaporação de superfícies livres como reservatórios e espelhos d’água e a
(ii) transpiração de plantas devido a suas atividades metabólicas.
Evaporação
Falando primeiro da evaporação.
Quando colocamos uma calça jeans molhada direto no varal visando secá-la rapidamente, imaginamos que quanto:
- Maior o vento, mais rápido ela seca
- Maior a temperatura média no ambiente do varal ou talvez quanto maior for a incidência do sol, mais rápido ela seca
Em outras palavras, fica claro pelo nosso conhecimento básico que a velocidade do vento, a temperatura do ambiente externo influenciam no processo de evaporação.
Além disso, no caso da transpiração de plantas, esse processo, mas de certa forma, pode ser expresso por uma “resistência” que a vegetação impõe ao vento e a radiação, de modo que parte de sua composição de água evapora, dada certa condição de radiação e vento.
Uma série de efeitos como radiação de ondas curtas, radiação de ondas longas, reflexão de radiação devido a reflectância das superfícies (albedo), absorção de radiação no solo, entre outros efeitos são necessários para o profundo entendimento do processo de evapotranspiração.
Uma ótima referência para esse caso é o manual da FAO, que é resumido e apresentado em roteiro nesse link abaixo:
Evapotranspiração Potencial:
A evapotranspiração potencial é o máximo possível que uma cultura padrão (e.g., alfafa) consegue evapotranspirar dada das condições climatológicas do ambiente.
Além disso, geralmente, essa evapotranspiração é chamada de evapotranspiração de referência (ETo).
Em ambientes com grande disponibilidade hídrica, a evapotranspiração é muito semelhante, se não igual, a evapotranspiração real (ET).
Evapotranspiração Real:
De maneira resumida, a evapotranspiração real é igual à evapotranspiração potencial caso haja disponibilidade hídrica.
Desse modo, caso não haja, ela é justamente a disponibilidade hídrica.
Assim, a relação entre a evapotranspiração real e a evapotranspiração potencial pode definir índices que consigam expressar indicações do grau de aridez de uma bacia hidrográfica.
Portanto, o índice de aridez (IA) relaciona justamente a evapotranspiração real e potencial, de modo que bacias podem ser classificadas de acordo com esse índice.
A título de exemplificação, bacias semiáridas possuem IA entre 0.2 e 0.5, indicando que em climas semiáridos cerca de 20 a 50% da evapotranspiração potencial de fato torna-se água evaporável.
Próximos Capítulos
Nos próximos artigos começaremos a conceituar matematicamente cada processo e definir quais parâmetros e variáveis de entrada são necessários para estimar o volume de água por unidade de tempo deslocado para a atmosfera.
Em resumo, os processos de transmissão da água para o meio tanto em regiões de superfície livre de água quanto em áreas vegetadas dependem da disponibilidade de energia incidente e de condições aerodinâmicas como a velocidade do vento.
Assim, é necessário coletar dados em escala de tempo adequada para conseguir estimar esses processos.