Você sabe a importância da distribuição temporal da chuva?
Um hietograma de chuva é um gráfico que relaciona a precipitação com o tempo. Essa variação muda conforme condições do microclima da bacia em estudo. Dessa maneira, como fazer projetos de drenagem se não temos se quer como varia a chuva ao longo de um evento?
Uma das grandes habilidades dos seres humanos é a busca incessante por padrões.
Fizemos isso no passado com constelações, por exemplo. Associamos elas a coisas do nosso dia-dia.
Isso foi de fato fundamental para a navegação em um momento da história em que não havia ferramentas como GPS mas a navegação era mais que necessária.
Edmond Halley (1656 – 1742), o mesmo do Cometa Halley, foi quem mapeou várias estrelas e constelações.
Na minha visão, facilitar as navegações com mapas estrelares foi muito mais importante do que a descoberta de um cometa que aparece a cada 77 anos aproximadamente.
Muito embora descobrir que um cometa aparece a cada 77 anos também seja um padrão interessante!
O que eu quero que você entenda é, se conseguimos buscar padrões para as constelações séculos atrás, será que não conseguimos encontrar padrões nas chuvas de determinada bacia?
Pois bem, com o fim da revolução industrial, a engenharia hidráulica e hidrológica se desenvolveu rapidamente em função de um novo problema que era a ocupação das cidades, aumento das áreas impermeáveis e consequente aumento de inundações.
Surge-se então uma nova demanda: como projetar estruturas hidráulicas que estão sujeitas a um evento totalmente aleatório?
Desse modo, se fez necessário entender o comportamento das chuvas em cada localidade.
Estudos constantes comparando dados medidos por pluviômetros em diversas localidades do mundo foram feitos e padrões foram estabelecidos. Assim surgem-se os métodos de distribuição temporal das chuvas.
A figura representa 3 distribuições diferentes para a mesma precipitação total.
Há diversas outras. Observe que a área da curva Intensidade x Tempo é a precipitação total.
Desse modo, uma chuva com mesmo tempo de retorno pode ter impactos totalmente diferentes na bacia em função de sua distribuição temporal.
O engenheiro projetista deve entender que a escolha de métodos sintéticos para a consideração de um evento crítico de projeto deve ser feita com cautela, sendo essa escolha feita para o método que mais se adéqua as condições da bacia em estudo.
Você precisa, assim como Halley, decidir qual o padrão da sua bacia se quiser que o remédio (distribuição temporal) funcione direito.
Afinal, hidrologia estatística e seus métodos são remédios para o problema que consiste em determinar os padrões da natureza!
Tem dúvidas sobre esses métodos? Assista a aula 3 de distribuição temporal!
Aula – Distribuição temporal das chuvas